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Amigos, amigos, pênaltis à parte

  • Júlio César Martins
  • 6 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

Dois estilos diferentes. Dois jogadores de alto nível internacional. Dois atletas com objetivos distintos. O Paris Saint-Germain contratou Neymar no início da temporada para ser a grande estrela e maior referência da equipe. Porém, talvez tenha esquecido - ou apenas ignorado o fato - de que o elenco contava com Edinson Cavani, máquina uruguaia de fazer gols e que ajuda o clube com muita bola na rede desde o tempo de Napoleão Bonaparte (mais precisamente 2013). Mas calma, até aí está tudo ótimo, não? Afinal, qual clube não gostaria de ter essa dupla estampando seu escudo no peito? Muitos podem pensar - e geralmente têm razão - que isso só ajuda ainda mais um time, e que ter dois excelentes jogadores na equipe é melhor do que ter um. E quanto aos egos? Às ambições de cada um? Aos desejos e sonhos? São muitas variáveis. Quando Ibrahimovic trocou a França pela Inglaterra e foi jogar no Manchester United, Cavani se tornou o cobrador oficial de pênaltis.

O "problema" é que Neymar - como um dos melhores jogadores do mundo, e na busca do título de maior deles - também tem uma estrondosa capacidade para cobrar penalidades máximas mas o que o atacante brasileiro não sabia era que Cavani possuía uma cláusula em seu contrato que lhe proporcionava um bônus financeiro caso ele atingisse a artilharia do Campeonato Francês. A situação ganhou contornos dramáticos quando a equipe de Paris, em jogo contra o Lyon, teve um pênalti marcado em seu favor. O uruguaio já se preparava para mais uma rotineira cobrança quando Neymar pediu a bola para bater. Aparentemente magoado, desrespeitado e ofendido, Cavani se recusou a entregar a bola ao brasileiro e cobrou ele mesmo a penalidade. Perdeu.

Crise? Após a partida, os veículos de comunicação estavam em polvorosa. Manchetes estampavam mundo à fora: "NEYMAR PEDIU DESCULPAS PARA O ELENCO NO VESTIÁRIO"; "DIRETORIA DO PSG TENTAR CONTORNAR A SITUAÇÃO OFERECENDO DINHEIRO PARA CAVANI"; "NEYMAR SE ENCONTRA ISOLADO DENTRO DO GRUPO". A única prova cabal de crise - ou no mínimo de desconforto nos vestiários do PSG - é que Neymar deixou de seguir Cavani no Instagram. Bomba! O balneário, que tinha tudo para ser um ambiente maravilhoso, tinha virado várzea. Quando os dois jogadores vieram à público e falaram sobre o assunto afirmaram que tudo havia sido resolvido e que a imprensa havia exagerado. Ora, ora, ora. Sempre culpa da imprensa.

É bem verdade que, no último jogo do PSG, ensaiando um clima de paz, Neymar deu assistência para Cavani e eles se abraçaram diversas vezes. Entretanto, o momento mais comentado da partida ainda estava por vir. Pênalti para o Paris Saint-Germain. Quem iria para cobrança? Surgiria, ali, outra pauta para os monstruosos jornalistas que criam briga onde não existe? Não. Para a felicidade dos brasileiros e selando a paz entre Uruguai e Brasil em solo francês, Neymar pega a bola. Gol do Paris. Neymito. Não se sabe, agora, se o batedor oficial será o atleta brasileiro, se foi uma cobrança aleatória e Cavani seguirá monopolizando os pênaltis, ou se, de agora em diante, haverá uma espécie de revezamento. O que pode ser dito com certeza é que - ao invés de brigas e picuinhas desnecessárias - a dupla pode fazer o PSG o campeão da Champions League, título tão sonhado pelas bandas da Torre Eiffel e do Rio Sena. Talvez seja melhor que os árbitros esqueçam os pénalités por um tempo. Allez Paris.

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