Elas nas torcidas e nos campos
- Flaviana Silveira
- 3 de dez. de 2017
- 3 min de leitura

(Foto: Pixabay)
Lugar de mulher é onde ela quiser. A ida de mulheres aos campos de futebol vem aumentando cada vez mais. A estudante de teatro Raíra Pontes, 21, rubro-negra “de corpo e alma”, conta que o pai e o avô eram fanáticos pelo Sport Clube do Recife, mas nega a influência deles na escolha pelo time. “Eu amo esse clube desde quando eu era criança. Eu vi o meu avô ser proibido pelos médicos de ir aos jogos devido a problemas cardíacos. Sou Sport até depois de morrer”. Raíra também conta que começou a ir sozinha para a Ilha do Retiro e se encantar cada vez mais com o seu time do coração. “Uma das minhas maiores distrações é quando vou até a Ilha ver o meu leão jogar. É uma alegria inexplicável.”
A estudante de pedagogia Tamires Vasconcelos, 22, conta que o pai é alvirrubro e a mãe rubro-negra. O pai sempre quis que ela fosse do mesmo time que ele, porém não foi bem isso que aconteceu. “Meu pai sempre me levou nos campos, mas sabe quando você não gosta, não se sente bem? Pois bem, era assim que eu me sentia”, desabafa. Tamires relata que, com o passar dos anos, se afastou dos estádios, mas vendo a mãe ir aos jogos do Sport, passou a ter interesse pelo futebol. “Minha mãe geralmente ia ver os jogos na Ilha e eu comecei a ir com ela e comecei a gostar de ir para campo, e depois daí eu me apaixonei por campo. E minha vida era na Ilha, porque eu entrei para o vôlei e aí minhas idas à Ilha ficaram mais frequentes, e tudo isso eu devo a minha mãe, que, se não fosse por ela, eu não seria apaixonada pelo meu leão.”
Com o aumento da presença feminina nos estádios, as “peladas” também passaram a ser procuradas por elas. A estudante de jornalismo Thaísa Jatobá, 21, é uma dessas “peladeiras”. “Não tenho palavras para descrever o que eu sinto quando estou jogando. É uma sensação incrível, parece que o tempo para, eu esqueço meus problemas, e quando alguma menina do time falta a gente sempre procura saber o porquê ela não foi. É de lei nosso futebol, até campeonato a gente já participou. É ótimo, sem palavras”. Não só para Thaísa, mas para muitas meninas, o jogo semanal é o momento que se tem para espairecer e fugir momentaneamente dos problemas cotidianos. Não é apenas o futebol que chama a atenção das mulheres. Um esporte que chegou no Recife há alguns anos e que vem fazendo sucesso é o futebol americano. A estudante Natalia Calado, 16, é uma das fanáticas pela modalidade. Desde pequena ela acompanha os jogos pela televisão. Atualmente, ela frequenta os treinos do irmão, que joga profissionalmente. Apesar da pouca idade, ela quem organiza as líderes de torcida (cheerleaders) do Recife Mariners - time o qual é torcedora - e quem anima os torcedores com gritos e cantos. “Isso aqui para mim é um sonho. Desde pequena me imaginava fazendo algo relacionado a esse esporte, mas nunca pensei que seria uma coisa que ocupasse 80% do meu tempo, porque eu mato e morro por isso”. Natalia não é a única menina que torce pelo Mariners. Ela conta que, por influência dela, muitas meninas passaram a gostar do esporte e lhe fazer companhia nos jogos.
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