No limite do equilíbrio
- Jonnerson Lopes
- 4 de dez. de 2017
- 3 min de leitura

(FOTO: SLACKLINE TOOL)
Slackline, esporte também conhecido como corda bamba, nasceu na cidade do Vale de Yosemite, nos Estados Unidos, em 1980. A ideia surgiu quando escaladores, que estavam em acampamento, tiveram a ideia de esticar as fitas de proteção e andar sobre elas, equilibrando-se. No Brasil, o esporte surgiu em 2010, nas praias do Rio de Janeiro, e ganha cada vez mais popularidade.

Modalidades
Existem várias modalidades no Slackline e o aprendiz precisa escolher o modelo que melhor se adapte no seu gosto, levando em conta, também, suas habilidades prévias.

(FOTO: SLACKLINE HI FLAY)
Trickline: a corda fica a 60 centímetros do chão e, nela, ocorrem manobras durante a travessia.

(FOTO: SLACKLINE TOOL)
Jumpline: acrobacias e saltos.

(FOTO: SLACKLINE IRM)
Longline: requer do atleta bastante força, concentração e equilíbrio; pois o comprimento da corda é maior do que o normal.

(FOTO: SLACKLINE TOOL)

(FOTO: CZA FESTIVAL DE SLACKLINE)
Waterline: a única modalidade que é possível arriscar várias manobras sem precisar se preocupar com a caída, já que é feita em cima da água; seja em rios ou piscinas.

OS TRÊS DO MEIO VENCEDORES DO CAMPEONATO (FOTO: RIBEIRÃO DAS NEVES NET)
Dentro do esporte existem vários tipos de campeonatos. O mais concorrido e desejado pelos profissionais é o Mundial de Slackline, que ocorreu em Vinã Del Mar, no Chile, no ano passado. A disputa não concede prêmios em dinheiro, apenas doações de marcas de roupas esportivas e de objetos de segurança para a prática. A competição teve como vencedor o chileno Abraham Hernandez, e no segundo e terceiro lugar, respectivamente, ficaram dois brasileiros: Randley Freitas e Pedro Rafael Marques.

(FOTO: FOTO PESSOAL, DHIEGO ACIOLI)
Mesmo com a expansão do esporte de fita por muitos lugares ao redor do mundo, ainda existem muitas dificuldades quanto a patrocínio para atletas ou ainda a pouca presença – e vontade - de organizadores para montar um campeonato, principalmente no Brasil. Aqui no país, a incerteza a respeito de lucros dificulta negociações. O pernambucano Dhiego Acioli, já competiu em vários lugares do Brasil e percebe essa dificuldade para levar o nome do estado nas competições. “Você sente muito quando chega um campeonato e foi selecionado para competir, e percebe que as dificuldades são grandes, principalmente quando o local de realização é longe de onde você mora. Todas as minhas despesas nessas disputas são de ajuda dos outros”.
Dhiego se orgulha muito do que faz diante de tantos percalços. “Trabalho como produtor cultural do estado, que é como me sustento; porém, meu sonho é conseguir me sustentar com o meu esporte”. Dhiego acumula diversas vitórias em competições nacionais, e destaca uma que sagrou-se campeão no ano passado. “Foi muito gratificante, todas as dificuldades e os treinos só fizeram com que eu me fortalecesse no Campapest Brasil de 2016, em Fortaleza. Fiquei muito orgulhoso”.

(FOTO: FOTO PESSOAL PAULO BRITO)
Já Paulo Fernando Brito, é um profissional que começou a praticar o slackline nas alturas, a modalidade highline. Praticante desde 2013, Brito teve seu primeiro contato com o esporte em uma viagem para o Rio de Janeiro, “depois daquela viagem, eu tive uma ideia com meus amigos de montar um grupo em Boa Viagem – bairro da região metropolitana de Recife – para praticar, também tive muitas dificuldades financeiras, mas não desanimei e comecei a participar das competições nordestinas”.

O esporte requer muita força física e bastante concentração para se dar bem nos treinos. Com tantas dificuldades, a coragem desses atletas que vivem na “corda bamba” mostra que o esporte não é só feito de treinos, mas de poder aquisitivo. Desembolsar equipamentos e viagens pode ser complicado, por isso a necessidade de se ganhar prêmios.
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