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Muay Thai e Boxe: Nocauteando preconceitos

  • Lorena Lima e Naize Cristina
  • 3 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

São dois estilos diferentes, técnicas de combate e histórias completamente opostas, mas que juntos tornam-se bons aliados para aqueles que desejam obter um bom condicionamento físico.

O muay thai, conhecido como boxe tailandês no Brasil, tem cerca de 2000 anos de existência e é originário da Tailândia. Famoso por seu estilo agressivo, é considerado como a "arte dos oito membros", devido a utilização de todos os membros do corpo na prática do esporte, com golpes desferidos pelos punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés. A luta gira em torno de cinco rounds com duração de três minutos cada.

Já o boxe, diferentemente do muay thai, utiliza apenas os punhos, tanto para se defender, quanto para atacar. A definição da palavra boxe significa “to box”, ou seja, bater com os punhos, seria o chamado pugilismo. Sua origem está na Creta antiga, começando a ser praticado na Grécia e depois em Roma. Logo após, esse estilo de luta se popularizou, atraindo cada vez mais adeptos. O professor de boxe Cleyton Guedes nos conta que os principais golpes desse estilo de luta são o jab, o direto, o cruzado, o uppercut e o gancho.

A busca pela prática das artes marciais, principalmente entre mulheres, vem crescendo consideravelmente. Apesar das lutas serem associadas ao âmbito masculino, a mulher vem demonstrando interesse por esse ambiente e conquistando ainda mais espaço, representando uma grande parcela nesse meio esportivo. Renata Cazeira, atleta de boxe há 6 anos é uma delas. “Sempre gostei de lutas e artes marciais. Da disciplina que ela traz. Além de ser um ótimo exercício físico e uma forma de desestressar. Antes do boxe, fiz capoeira por um bom tempo. Que também traz esse olhar do preconceito. Mas, como fui criada por mulheres, fortes e independentes (mãe e avó), sempre tive a confiança de que eu poderia fazer tudo que eu quisesse", afirma.

O engajamento das mulheres em esportes apontados como violentos ainda é visto com preconceito por grande parte da sociedade. A ideia de que artes marciais só podem ser praticadas por homens é recorrente em grande parte da população. Para Renata, o mais difícil é lidar com o preconceito de quem ainda acredita que as mulheres não são bem-vindas nos ringues. "Eu ouvia muito: "você vai ficar masculinizada", "não sei como o seu marido não tem ciúmes" ou "você vai ficar deformada". Meu esposo sempre me motivou a fazer o que eu gostava. Eu tentava conversar, mostrar outros pontos de vista, e que era um esporte como qualquer outro. Mas nunca me senti intimidada ou algo do tipo".

Já para Juliana Dias, 19, praticante de muay thai há 3 anos, as coisas foram diferentes. Ela conta que nunca sofreu preconceito e sua família sempre apoiou a sua decisão. "Nunca sofri [preconceito]. Nem dentro da academia e nem fora. No local em que eu pratico tem muito foco na inclusão geral e o apoio não só dos professores, mas também dos alunos", garante.

Hoje, apesar do processo lento, o cenário está mudando. É possível ver mulheres frequentando academias especializadas em lutas, participando de campeonatos e mostrando o quanto é possível a presença feminina no ambiente das artes marciais. Os benefícios da prática de artes marciais, como o muay thai e o boxe, são inestimáveis. Há melhora na coordenação motora, agilidade, musculatura, flexibilidade, postura, autoestima, força e saúde cardiovascular.

Além disso, as artes marciais transmitem valores que são de extrema importância para os seus adeptos. O professor de boxe Clayton Guedes procura passar para os seus alunos princípios que estimulam o seu desenvolvimento tanto como pessoa, quanto profissional. "Procuro trazer o sentimento de satisfação, realização, bem-estar e autoconfiança para os meus aprendizes". "Que elas sigam fazendo o esporte. Que não assimilem o preconceito. Pelo contrário, conversem e tentem levar os preconceituosos para o esporte também. Muitas vezes são só pessoas sem informação e que no fundo também gostariam de praticar, mas não tiveram coragem", estimula Cazeira, desejando que as mulheres inseridas nesse meio esportivo não desistam e sempre persistam nos objetivos almejados.

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