Lar, saudoso lar
- Danilo Andrade
- 16 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Foto: PorAqui/Divulgação
No último lance do jogo contra a Portuguesa, no dia 06 de junho de 2013, o jovem Marcos Vinícius impediu que o Náutico saísse derrotado da última partida oficial do time no Eládio Barros de Carvalho, os Aflitos. A decepção com o placar era palpável e, sendo sincero com você, mais perceptível do que o calor exalado dos milhares de corpos cansados que deixavam o estádio. Uma despedida extremamente desagradável. Ok, era um momento de transição. O Clube Náutico Capibaribe estava saindo do local que o abrigou por mais de 70 anos para algo melhor. Mais moderno. O clube precisava disso para alçar voos maiores no cenário futebolístico. Pelo menos era assim que grande parte da torcida alvirrubra idealizava. Confesso que eu, assim como muitos alvirrubros, não pensava dessa maneira. Mas fique tranquilo, Sr. Torcedor Arrependido, não irei entrar no velho mérito do “Eu avisei”. Mesmo que de qualquer forma eu tenha avisado. Enfim, naquele momento já não fazia diferença. O contrato assinado pelo Náutico e pelo Consórcio da Arena no início da noite do dia 17 de outubro de 2011 era tragédia anunciada – mesmo que disfarçada.
Bem, atribuições de culpa à solitária Arena de Pernambuco por todos os insucessos do Náutico desde então não serão encontradas aqui. Apenas alguns fatos. Em 2013, no seu primeiro ano como mandante no estádio da Copa de 2014, o timbu fez sua pior campanha na história do Campeonato Brasileiro. Coincidência? Talvez, mas não irei entrar em detalhes sobre a temporada daquele ano, que ainda é um assunto muito delicado para o autor desta crônica. Pois então, em 2014, após o fracasso inenarrável do ano anterior e já na série B, o Náutico ficou apenas na décima terceira colocação, com modestos 50 pontos. Em 2015, assim como em 2016, o time da Rosa e Silva – ops, de São Lourenço da Mata – bateu na trave, terminando em quinto lugar.
Há quem acredite em má sorte e que a falta dela esteja atrelada à Arena. Confio nessa teoria fervorosamente. Hoje, o Náutico luta para não cair para a terceira divisão nacional. Algo catastrófico. A torcida está cada vez mais distante (não mais do que a própria Arena, que fica a mais de 20 quilômetros do Centro do Recife) e desacreditada. Além da guerra contra o rebaixamento, o Náutico corre atrás para voltar a mandar jogos nos Aflitos o mais rápido possível – e torce para que não seja na Série C.
Foram cinco anos de sucessivos fracassos na Arena de Pernambuco, mas que não podem ser esquecidos. Devemos aprender com os nossos erros e neste caso não é diferente. A maior de todas as lições que se pode tirar desse período é de que o Clube Náutico Capibaribe precisa dos Aflitos. Para o lugar onde por ele, e principalmente por toda sua torcida, sempre foi cultivado um sentimento de pertencimento. Uma identidade. Me permita uma analogia. Mesmo com os mais de 13 anos sem títulos, a torcida anseia para gritar “É Campeão” com o título mais urgente do clube: a volta para casa. Casa essa que está prestes a abrir as portas novamente e, dessa vez, para nunca mais fechar.
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