UFC: uma batalha com mais de duas décadas
- Yasmin Nascimento
- 29 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
Novembro. No mês em que o UFC – Ultimate Fighting Championship – completa 24 anos da primeira edição, confira histórias, curiosidades e informações a respeito dessa força esportiva atual.
PRIMEIRO CAMPEONATO
Cerca de 2.800 pessoas compareceram à McNichols Arena no dia 12 de novembro de 1993 para assistir à primeira edição do UFC. O público era formado em sua maioria por jovens de 20 e poucos anos, além de representantes de escolas de artes marciais locais.
AS MUDANÇAS AO LONGO DOS ANOS
Apesar de, hoje em dia, o esporte ter regras definidas, no começo dos anos 90 seu slogan era “There are no rules!” (“Não há regras!”).
Os primeiros eventos foram taxados de extremamente violentos, fazendo com que no UFC 5 (1995), por exemplo, fosse emitido alerta aos espectadores contra a natureza violenta do esporte. Neste mesmo ano ocorreu a primeira luta fora do torneio, uma revanche entre Royce Gracie e Ken Shamrock, chamada de “A Superluta”, tornando essas disputas individuais uma marca do UFC nos anos posteriores.
O UFC 6 (1995) foi o primeiro evento a coroar um campeão do UFC fora do torneio: Ken Shamrock. A partir do UFC Brazil (1998), o campeonato abandonou o formato até então utilizado e adotou um card inteiro de lutas separadas.
Com toda a repercussão negativa do esporte, 36 estados americanos promulgaram leis que baniam lutas sem regulamentação. Em resposta às críticas, o UFC redesenhou suas regras para remover os elementos menos atrativos de suas lutas enquanto manteve os elementos centrais de golpes e luta corpo a corpo. No UFC 12 ocorreu a introdução de classes de pesos e no 14 (1997), as luvas se tornaram obrigatórias e os chutes na cabeça do adversário que já estivesse caído foram proibidos. No UFC 15 (1997) foi devidamente proibido puxar o cabelo e golpes na região do pescoço e cabeça, assim como na virilha. Em 1999, na edição 21, foram introduzidos os rounds de 5 minutos.
Em um trabalho para melhorar a imagem do esporte, Jeff Blatnick, comissário da marca, e John McCarthy, árbitro, criaram um manual de políticas, procedimentos, códigos de conduta e regras para ajudar a tornar o UFC sancionado pelas comissões atléticas. Eles conseguiram, de certa forma, mudar as percepções sobre um esporte tido por muito tempo como sanguinário e desumano. Uma prova desta mudança foi a Califórnia se posicionar para ser o primeiro estado dos Estados Unidos a assinar um conjunto de regras para dirigir o MMA, sendo seguida pelo estado de Nova Jérsei, alavancando a popularidade do esporte.
UFC NO BRASIL
Nomes como Vítor Belfort e Anderson Silva chamam a atenção no cenário do UFC brasileiro, incentivando os jovens a acompanharem o esporte e até mesmo começar a praticar alguma das modalidades que se enquadrem no UFC. Prova disso é o investimento de donos de academias, que já investem em aulas de artes marciais e venda de material esportivo para aumentar a renda de suas empresas.
Rafael Melo, 45, proprietário da academia Active, em Boa Viagem, no Recife, afirma que no último ano a procura por aulas de lutas aumentou em torno de 60%. Ele ainda aproveita para vender materiais como luvas, protetores e caneleiras. “Temos uma sala especial para essas aulas aqui na academia, lá acontecem treinamentos que misturam várias técnicas de lutas e artes marciais como karatê, taekwondo e boxe, além das aulas especificas de krav magá, que tem bastante procura pelo nosso público feminino”, comenta. Joana Fernandes, 28, frequentadora da academia de Rafael, conta que participa das aulas de krav magá por puro entretenimento. “Comecei a praticar porque sentia que precisava ter alguma forma de me proteger da violência da cidade e hoje eu venho porque gosto, me sinto livre praticando essa luta e gosto bastante de ver mulheres lutando, é uma forma de empoderamento”.

Joana treinando krav magá (Foto: Arquivo Pessoal)
“Comecei a lutar jiu-jitsu por influência do Anderson Silva. Assisti a luta dele contra Travis Lutter e fiquei vidrado. Passei uma semana perturbando meus pais tentando convence-los de que eu podia lutar. Desde meus 10 anos eu luto e é minha válvula de escape do estresse semanal” afirma Júlio Dantas, 20.
É, que os exemplos do UFC sejam sempre positivos.
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